2011-08-29
Em apenas uma década, o número de visitantes dos sete cemitérios de Lisboa cresceu seis vezes, tendo atingido, em 2010, cerca de nove mil turistas. A maioria é oriunda de países da Europa do Norte, com os alemães e holandeses a liderarem este segmento turístico.
Alemanha, Holanda e Espanha são as principais origens dos quase nove mil visitantes que, no ano passado, encheram os cemitérios de Lisboa, atraídos por uma arquitectura cemiterial, com características marcadamente portuguesas e mediterrânicas. O maior jazigo privado da Europa, o dos Duques de Palmela, no Cemitério dos Prazeres, foi um dos motivos que mais turistas conseguiu atrair.
Dados da Divisão Municipal de Gestão Cemiterial (DGC) de Lisboa, a que o JN teve acesso, revelam que 3208 turistas de nacionalidade alemã percorreram a rota pelos sete espaços fúnebres existentes na capital, elaborada por aquele núcleo camarário, com técnicos especializados na área da investigação e temática cemiterial.
A maior afluência de alemães verificou-se nos últimos três meses de 2010, com especial incidência em Outubro e Novembro. Os espanhóis mantiveram-se num número contínuo ao longo do ano, com o maior pico a acentuar-se em Abril (Páscoa). Já os holandeses invadiram Lisboa em busca do denominado "Turismo Negro" nos meses de Verão.
França, Bélgica, Inglaterra, Suíça, Suécia e Itália são outros dos países que forneceram mais de um milhar de curiosos cemiteriais. Ainda segundo o relatório da DGC, além de quase dois mil portugueses, há ainda a salientar 614 turistas das mais diversas origens geográficas.
Arte fúnebre de cara pintada
Ao JN, Ana Paula Ribeiro, responsável pela DGC, admite que estes números são o resultado do "grande destaque dado ao turismo cemiterial", através da "realização de diversas acções, bem sucedidas".
"Nomeadamente, palestras e colóquios temáticos, concertos de música sacra, erudita e fado, e a criação do Núcleo Museológico específico, que se julga único na Europa", traduz, adiantando que os espaços mais visitados, quer por portugueses e estrangeiros, foram o dos Prazeres - de 1833 e um dos mais majestosos - e o do Alto de São João, criado no mesmo ano do anterior e enriquecido com inúmeros jazigos e mausoléus.
Desde há alguns anos que a Câmara de Lisboa tem vindo a restaurar o espólio dos vários cemitérios, tanto o património a céu aberto, quer os jazigos mais importantes, como o Mausoléu dos Palmela. Paralelamente, elaborou vários roteiros (em português, inglês e alemão) e promove visitas guiadas.
Fonte: http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=1964038&page=-1